Para entender o que é interseccionalidade, comece imaginando a cena:
Duas pessoas possuem a mesma escolarização, experiências profissionais bem semelhantes, tempo de carreira idênticos.
Uma é Trans, Preta, Com deficiência a Outra é Cis, Branca sem deficiência.
Quem tem mais facilidade para entrar ou recolocar-se no mercado de trabalho?
Esse é o reflexo de não compreendermos ainda nas organizações o que na vida prática significa interseccionalidade, por isso te convido a Ler o material que preparamos para você.
Interseccionalidade: o que é?
Interseccionalidade foi de fato sistematizado por Kimberlé Crenshaw, teórica feminista e professora estadunidense especialista em questões de raça e gênero em 1989.
Ela o formulou após conhecer a história de uma mulher americana que não conseguiu processar uma empresa por dois tipos de discriminação: ser mulher e negra.
Isso porque o juiz constatou que a empresa contratava sim negros e mulheres. Ele só não se atentou para uma coisa: os negros eram todos homens e as mulheres eram todas brancas. Não existiam mulheres negras trabalhando lá.
Kimberlé Crenshaw usa o termo “interseccionalidade” para descrever esse fenômeno; como ela mesma diz, “se você ficar parado na interseção onde múltiplas formas de exclusão se cruzam, você tem chance de ser atingido por todas elas”.
Se persistirmos com ferramentas metodológicas, teóricas e práticas que só abrigam uma categoria, o gênero, por exemplo, não estamos possibilitando uma diversidade de fato.
Interseccionalidade: sua importância
Considerar a interseccionalidade é transformar em ações a compreensão de que, mesmo entre populações minorizadas, existem camadas de privilégios que exigem um olhar cuidadoso por isso não trabalhar somente olhando os pilares e ações separadas, compreender que pessoas são únicas e há um universo em cada um de nós, dá espaço a múltiplas possibilidades.
Interseccionalidade: desafio nas organizações
Por isso, te convido a olhar não somente para os números, cotas ou metas de “ inclusão” e diversidade que tens na organização em que trabalhas, mas compreenda que pessoas são complexas, únicas e específicas e que olhar essas múltiplas linhas nos possibilita desenhos e curvas únicas, extraordinárias e inovadoras.
Abra-se à interseccionalidade, pois é um caminho sem volta!
Esse foi o tema da nossa primeira edição da newsletter JÁ QUE É PRA FALAR, com envio mensal, incluindo indicações de conteúdos para você consumidor e se manter em dia com os assuntos 🧡
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