A cultura surda ganhou merecido destaque na noite de ontem (25), através da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que homenageou os melhores filmes lançados entre 1 de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2021.
Entre as obras indicadas, esteve “O Som do Silêncio”. Lançado nos cinemas em novembro de 2020 e disponível na Amazon Prime, retrata a história de Ruben (Riz Ahmed), um baterista e ex-viciado que vivencia a perda auditiva e entra em desespero por medo de perder suas duas grandes paixões: a música e a namorada, Lou, também integrante da banda de heavy metal.
A edição deste ano contou com Marlee Matlin, única atriz surda da história premiada com um Oscar, por seu trabalho em “Filhos do Silêncio” (1986), anunciando os indicados e vencedores de duas categorias da premiação: melhor documentário e melhor documentário em curta-metragem. Porém, a produção do evento cometeu uma gafe ao cortar a apresentação de Marlee durante o anúncio de um dos vencedores, impossibilitando que pessoas com deficiência auditiva pudessem assistir o anúncio por completo.
A premiação ainda contou com “Feeling Through”, primeiro filme a ter um protagonista surdocego concorrendo como melhor curta-metragem, porém não foi premiado no evento.
Mas o que significa a Cultura Surda?
Como podemos ver em “O Som do Silêncio“, a privação do sentido da audição não inviabiliza a interação linguística, a participação social ou a produção cultural das pessoas surdas.
A cultura surda, a qual nos referimos no início do post, é o conjunto de características que tornam uma pessoa parte da comunidade surda ou do povo surdo, permitida principalmente pelo uso da língua de sinais. Pode-se entender cultura surda por códigos próprios dos surdos, suas formas de organização, de solidariedade, de linguagem, de juízos de valor, de arte, etc.
Abaixo, você pode conferir como é o relacionamento de uma pessoa surda com uma pessoa ouvinte:
Em fevereiro de 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgou estatísticas sobre os surdos no Brasil, uma pesquisa informando que mais de 10 milhões de pessoas tem algum problema relacionado a surdez, ou seja, 5% da população é surda no Brasil. Destes, 2,7 milhões não ouvem nada.
Tanto o surdo como qualquer outra pessoa têm o direito à comunicação. Esse fator é essencial para melhorar as estatísticas sobre inclusão social dos surdos. Sendo assim, o ideal seria que os ouvintes que convivem com eles aprendessem Libras, a língua de sinais brasileira, para poderem manter um diálogo saudável e funcional com os surdos que se comunicam dessa forma.
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